São Paulo – O tráfego aéreo de ageiros crescerá 4,4% ao ano em média na região do Oriente Médio nos próximos 20 anos, acima da taxa global esperada para o período, que é de 3,9%. Essa parte do mundo também receberá 4% de todos os jatos entregues até 2044, com 350 unidades, e 1,1% dos turboélices, com 20 aeronaves deste tipo. Os dados estão nas perspectivas de mercado divulgadas pela indústria brasileira de aviões Embraer nesta quinta-feira (12) por meio do documento Market Outlook 2025.
A análise da empresa engloba todas as regiões do mundo e traz uma previsão de 10.500 pedidos de novos jatos e turboélices no mercado global em 20 anos. Dessas aeronaves, a maioria, ou 8.720 unidades, devem ser jatos. As demais, ou 1.780, serão turboélices. A Embraer estima que o valor de mercado das novas aeronaves entregues será de US$ 680 bilhões. O crescimento do tráfego de ageiros, medido por receitas por ageiros por quilômetro (RPK), deve ser liderado pela China, com taxa anual de 5,7%.
Sobre o Oriente Médio, a Embraer afirma que as companhias aéreas da região estão bem-posicionadas para crescer com melhor conectividade intrarregional e que o turismo será o motor desse avanço, com fortalecimento das redes domésticas e regionais. A empresa acredita que maior versatilidade da frota de aviões será essencial para que a região opere mais eficazmente curtas e médias distâncias.
De acordo com a análise, Dubai, Doha e Abu Dhabi consolidaram-se como polos globais de trânsito aéreo, conectando o Oriente e o Ocidente. O Market Outlook 2025 aponta que quase 50% de todos os voos na região partem de apenas cinco cidades. “Ao se concentrarem mais na conectividade intrarregional e no desenvolvimento de rotas domésticas, as companhias aéreas podem desbloquear oportunidades de crescimento e contribuir mais diretamente para os objetivos econômicos nacionais”, diz o documento.
A análise destaca que os governos locais investem no turismo para diversificar as economias e que o Oriente Médio liderou na recuperação global do turismo pós-pandemia, com chegadas internacionais crescendo 132% em 2024 sobre 2019. Como impulsores a Embraer cita o turismo religioso, de alto padrão, esportivo, de aventura e ecoturismo, e a facilitações de vistos. Mas diz que 63% dos mercados intrarregionais são de baixa densidade, com menos de 200 ageiros diários. “Facilitar o o a essas áreas turísticas prósperas com mais voos pode aumentar as viagens intrarregionais”, diz.
O avião certo
O Market Outlook 2025 afirma que o tamanho da aeronave é crucial para a viabilidade econômica e operacional dessas rotas. “Embora aeronaves de fuselagem estreita de grande porte dominem as frotas aéreas, muitos mercados intrarregionais seriam atendidos de forma mais eficiente por aeronaves menores”, diz o documento. A Embraer sugere a utilização de aeronaves de fuselagem estreita de pequeno porte para adequar melhor a oferta à demanda, abrir novos mercados e aumentar a frequência de voos entre cidades secundárias que atualmente são mal atendidas ou não têm serviço aéreo.
Leia também:
Embraer registra recorde de pedidos