Débora Rubin
São Paulo – De experiência de laboratório à tecnologia tipo exportação. Foi assim, graças a uma pesquisa encomendada pela Petrobras ao Laboratório de Sensores de Fibra Ótica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), que surgiu a empresa Gavea Sensors, produtora de sensores utilizados em poços de exploração de petróleo. O produto é usado para medir a temperatura e a pressão dos poços e, assim, fazer um monitoramento mais preciso da exploração.
O sensor criado pela empresa carioca é todo de fibra ótica, tem maior durabilidade e pode ter múltiplos sensores em um mesmo cabo, o que não acontece com produtos de medição utilizados normalmente. Hoje, já existem sensores como o fabricado pela Gavea, mas por serem feitos nos Estados Unidos, ainda são muito caros e não valem a pena para poços de produção média e baixa. "O nosso tem todas as vantagens do americano só que por um custo bem mais baixo", explica Luiz Carlos Guedes, um dos sócios da Gavea Sensors, especialista em fibra ótica pela Universidade de Londres.
O sensor pode ser utilizado em qualquer tipo de poço, para a extração de todos os tipos de petróleo. Os testes foram feitos em terra, mas nada impede de ser utilizado em poços marítimos. Os custos de instalação variam de acordo com as dimensões do poço. A aplicação de um sensor em um poço simples, com um quilômetro de profundidade, pode custar a partir de US$ 30 mil levando em conta a realidade brasileira de mão-de-obra.
A Gavea Sensors foi criada em 2003 justamente para viabilizar a comercialização do produto criado em laboratório. O primeiro comprador, claro, é a própria Petrobras. Agora, os sócios da empresa se preparam para a demanda que deve vir de fora dentro de dois ou três meses. "Há muito mercado a ser explorado. Para se ter uma idéia, a Petrobras tem oito mil poços de exploração. Nos Estados Unidos, são 80 mil poços”, diz Guedes. De olho no extenso mercado americano, Guedes embarca dentro de duas semanas rumo a Houston para falar sobre o produto em uma feira de automação de petróleo.
A pequena empresa também está de olho nos outros setores. Com a mesma tecnologia usada nos sensores, os engenheiros e físicos da Gavea criaram produtos para a indústria aeronáutica, automotiva, naval, engenharia civil, entre outras. "Com os sensores de fibra ótica, podemos fazer monitoramento de grandes construções como uma barragem, por exemplo", diz. Nada mal para uma empresa gerada em uma incubadora universitária.
Contato
Site: www.gaveasensors.com
E-mail: [email protected]
Telefone: 55 (21) 2580-6221